Friday, May 18, 2007

Meu Amor


Meu Amor

Tu, que me fazes rir pelo simples facto de existires,
Lá, no teu mundo obscuro onde te refugias,
Sem luz, sem alma, sem lágrimas, sem remorsos.

Tu, que passas por mim, deixas o teu cheiro e vais…
Cristalizas os sentimentos rebuscados ao passado
E preenches com memórias os momentos vazios desta vida, que é a minha
E que nunca mais encontrará a tua no mesmo sentido.
Continuarão paralelas,
Sempre unidas pela linha imaginária do meu pensamento,
Que atravessa o teu com rasgos de serenidade e carinho.

Ai! Esta ânsia de te afagar o peito
Com o receio de encontrar em ti os contornos do meu corpo.
Ao ritmo do Amor, dançamos, embalados a valsa do querer,
E, sem querer, compomos a música da nossa vida.

Ai! Como é bom imaginar-te mesmo sem te ver…
Adivinhar as tuas curvas na sombra
Quando vagueias sozinho, desafiando Deus e o Diabo.
E bebes o cálice da vida eterna, como se te fosse salvar a alma,
Queimada por folhas de estanho.
Em tragos de prazer, entregas-te à heroína de uma história que é só tua.
Nesses momentos sou só a outra.
Aquela que te acaricia a dor da ausência numa generosidade sem porquês.



05/07/1999 - 02:22 am



Quem me dera saber para onde te leva essa dama,
Pura, pó do teu pó.
Por que caminhos andas, quando a sentes percorrer o teu corpo,
Dominado pela sedução (fácil) de um toque agudo, que é o dela?
Que mares atravessas para a encontrar, quando se esconde?

E, tu, com essa dor de a querer tanto,
Montas o cavalo dos teus sonhos e partes,
Enebriado pelo desejo insaciável de a ter.
A ela e não a mim…
A que distante te olha e chora; te ouve e compreende; te cheira e recorda;
Te toca e sente; te beija e deseja…



05/07/1999 - 23:17 am



Sil

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