Ele, eles, aqueles que se querem,
Sem medo, sem limites, sem barreiras nem fronteiras.
"A moral ficou à porta", dizem eles,
Quando o desejo já fervilha e a roupa é uma mera fantasia aos seus olhos.
Eles, os amantes,
Aqueles que se deixam enebriar pelo prazer de olhar os contornos
Que não mais fazem parte do universo comum
E são eles próprios a silhueta do mundo tão grande que é o deles.
Sós, incompreendidos, unidos somente pela força que os atrai,
Quando já nada na vida importa no momento em que se encontram.
Aí, as portas abrem-se para o desconhecido, para o inexplorado, sem pensar,
Sentindo apenas a vontade de viajar para longe de tudo, de todos.
Atingir o grau de inocência que lhes permite fazer de conta que o mundo é só deles
E a paisagem da vida lhes revela a imagem de um lugar idílico,
Onde as formas, as cores, os cheiros se misturam sem nexo
E onde descansam os corpos nus, dormentes de prazer,
Sabendo que o rio que os separa é longo e agreste
E que as suas margens nunca se encontrarão,
São como miragens que estarão sempre distantes.
Ter…ou não ter?
Eis a questão…
Sil
19/05/2000
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